sábado, 19 de dezembro de 2009

Carnaval em Angra 1.1

Em fevereiro de 1979, passei o carnaval em Angra. Aquele era o último ano antes de ir para a universidade. Foi também o último verão passado na meia-água que tínhamos no Pontal, a 14 quilômetros de Angra – mas isso só saberia muito mais tarde.

Pela primeira vez e passados muitos anos – uns quatro, desde que me tornara adolescente, uma eternidade na época – arranjei uma namorada na cidade. O nome da moça era Eliane – e não era nenhum bagre não.

Dezesseis anos, bonitinha, tinha olhos azuis, talvez um tico rechonchudinha. Tinha uma irmã que era mais nova, uns 14, cujo nome não me lembro.

Sei que nós ficamos amigos dessas e acho que de mais duas meninas. E isso em Angra dos Reis, na cidade mesmo, para onde íamos todas as noites daquela temporada.

Tínhamos decidido passar o carnaval lá, já que em Volta nós não pegávamos ninguém. Ainda mais que soubemos que uma legião de ninfetas de Barra Mansa iria pular no Iate Clube Aquidabã, cuja praia, como todas da cidade, era horrível.
Meus companheiros de aventura eram o famigerado Enéas, que protagonizou outras histórias já descritas, o Aurélio e o Gugu.

O Enéas tinha cabelo liso num corte curto. Olheiras, um nariz um pouco acima da média. Um rosto comum. Tinha 1,75m mais ou menos. Sempre esteve mais para gordo do que para magro. Quando criança, “mamava” uma lata inteira de leite condensado, e gordinho, era delicadamente chamado pelos colegas da rua 40, onde morou, de “Banha”.

Aurélio era (ainda é, graças a Deus!) um figuraço!! Narigudo, um bigode quase ruivo, cabelos muito finos, uma calva (na época) que logo se transformou em fulgurante careca. Tem mais de 1,80m e, na época, uma pancinha de chope. Ganhara o apelido de Pastoso, pelas consistência de sua voz e morosidade de concluir um raciocínio.Certa vez me contou em duas horas e meia um filme que tinha duas. Depois daquele massacre narrativo, virou-se para mim e disse:

Que bosta de filme, hein, Eritos?

Não era um sujeito dos mais responsáveis – eventualmente fazia merdas inomináveis - mas em sua rudeza prezava como poucos a amizade sincera.

Gugu era a sombra do Aurélio. Unha e carne, tinha lugar cativo no banco de carona do Fiat 147, azul bebê, placa de Volta Redonda (só me lembro dos números: 3333) do amigo. Cabelos curtos, enroladinhos e castanhos-escuro pontuavam sua cabeça -– maior que a média. Tem (isso é imutável; bótox só aumentaria a circunferência) um rosto redondo, é troncudo e pouco mais baixo que Al (sei que o certo seria grafar o apelido com u, mas Au? Ninguém merece...).

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